Quando começamos uma relação, é natural que questionemos se aquela será a pessoa certa para nós. Será que os nossos sentimentos vão perdurar? Será esta a pessoa que nos vai fazer felizes? Será que vamos deixar de olhar para outras pessoas? Será esta a pessoa que nos vai fazer deixar de procurar – no Tinder ou no Facebook – alguém mais interessante?
O AMOR E AS REDES SOCIAIS
As redes sociais vieram revolucionar a forma como olhamos para o amor e para as relações amorosas. De repente, demo-nos conta de que é fácil “conhecer” pessoas novas e potencialmente interessantes. Já não estamos limitados aos amigos dos amigos, já não nos expomos tanto à rejeição. Se estivermos interessados numa pessoa e as coisas não evoluírem como gostaríamos, é cada vez mais fácil partir para outra. E, mesmo quando uma relação parece que está a dar certo, há um mundo de possibilidades que nos levam a questionar se valerá a pena comprometermo-nos com uma pessoa e fecharmos a porta a todas as outras.
Será esta a pessoa a quem vale a pena
entregarmo-nos sem reservas?
Será esta a pessoa
por quem vale a pena abrir mão de conhecer outros
potenciais pretendentes?
A verdade é que o facto de, pelo menos em teoria, existirem tantas possibilidades, pode ser uma fonte de angústia para algumas pessoas e, em algum momento, vai ser preciso dar um salto de fé e fazer uma escolha. Para que essa escolha seja feita de forma consciente e vá ao encontro daquilo de que precisamos para nos sentirmos felizes, pode ser importante alguma reflexão.
AVALIE O SEU GRAU DE CURIOSIDADE
Qualquer um de nós pode fazer o seu próprio teste de curiosidade. À semelhança do que acontece quando começa a ler um livro ou a ver um filme, também o início de uma relação amorosa pode despertar mais ou menos curiosidade. Como é que se sente em relação ao que está por viver com esta pessoa? Tem curiosidade em saber como seria se vivessem juntos, tivessem filhos ou projetassem qualquer outro passo a dois? Tem curiosidade em relação aos próximos “capítulos”? Este é sempre um bom indício numa relação.
REPARE NA FORMA COMO SE SENTE NA PRESENÇA DESTA PESSOA
Como é que se sente ao lado dele(a)? Costuma sentir-se melhor do que quando está sozinho(a)? Esta pessoa faz com que se sinta melhor consigo mesmo(a)? Melhora o seu humor? Ou, pelo contrário, é frequente sair destes encontros com a sensação de desgaste? Esta é a pessoa que faz com que se sinta compreendido(a)? Ou é mais frequente sentir-se julgado(a), criticado(a)?
Nenhuma relação é um mar de rosas e ninguém está sempre bem, MAS, de uma maneira geral:
SEJA “O/A TAL”
Quando nos centramos nos atributos que a pessoa ideal para nós deveria ter, é fácil esquecermo-nos de que ele/ela também precisa de ver os seus sentimentos reconhecidos, também tem necessidades que precisam de ser preenchidas. Quando damos o nosso melhor, quando prestamos atenção às pequenas coisas e respondemos com afeto aos apelos da pessoa que amamos (em vez de os ignorar ou desvalorizar), é mais provável que recebamos o mesmo grau de atenção, disponibilidade e compromisso.
ACEITE A INCERTEZA
Seria utópico (e mentiroso) dizer que, quando nos apaixonamos, vivemos permanentemente com a certeza de que não há mais ninguém no mundo que pudesse chamar a nossa atenção. Ninguém sabe verdadeiramente se uma relação será “para sempre”. Ninguém pode jurar que não vai cruzar-se com pessoas atraentes ou interessantes. Pelo contrário, nós vamos conhecer outras pessoas que nos atraiam, MAS isso não tem de ser uma ameaça à relação.
Para que uma relação evolua e cada um dos membros do casal se sinta progressivamente mais ligado, mais comprometido, também é preciso permitir que o tempo passe e que os acontecimentos vividos a dois desfaçam as dúvidas do início.
Os desafios, as crises e as perdas que a vida nos traz são excelentes testes a qualquer relação. Quando os obstáculos são enfrentados a dois, quando cresce a sensação de que aquela é a pessoa com quem podemos (mesmo) contar, tudo se torna (ainda) mais claro.