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29.1.19

A IMPORTÂNCIA DO SEXO NUMA RELAÇÃO


A importância do sexo numa relação

Quão importante é o sexo numa relação de compromisso? O sexo é o mais importante numa relação? Qual é o problema de viver sem sexo? É possível ter uma relação feliz se uma das pessoas não estiver feliz do ponto de vista sexual?




Há casais que vivem sem sexo. Há casais que se sentem profundamente insatisfeitos em relação à sua sexualidade sem que isso abale a convicção de que ficarão juntos para a vida toda. Sobrevivem, apesar da insatisfação. Mas a verdade é que isso não funciona para a maioria dos casais de hoje.

O sexo é mais uma forma de nos ligarmos à pessoa que amamos e é mais uma forma de nos sentirmos vivos e entusiasmados.

Antigamente, casávamos e só depois do casamento havia sexo. Agora experimentamos, conhecemos mais do que uma pessoa e só depois de termos a convicção de que podemos ser felizes ao lado da pessoa “X” é que partimos para uma relação de compromisso. E o sexo é uma variável importante nessa equação.

A importância do desejo


O desejo está diretamente ligado à nossa satisfação conjugal. Precisamos de sentir desejo pela pessoa que está ao nosso lado e precisamos de nos sentir desejados. E a estabilidade das famílias está dependente dessa satisfação.

Na prática, se um dos membros do casal não se sentir suficientemente feliz, suficientemente estimulado, suficientemente desejado, é mais provável que a família se desfaça – seja através de uma separação, seja na sequência de uma traição.


A verdade é que qualquer relação está mais vulnerável ao aparecimento de uma terceira pessoa se pelo menos um dos membros do casal não sentir desejo suficiente pelo outro ou não se sentir desejado – mesmo que não ande propriamente à procura desse envolvimento.

Do que precisamos para nos sentirmos satisfeitos sexualmente?


Há muitas pesquisas nesta área que nos mostram a importância da intimidade emocional na satisfação sexual. De uma maneira geral, precisamos de sentir que há segurança emocional, que há coesão, para que nos sintamos satisfeitos também do ponto de vista sexual.

MAS…

Curiosamente, também precisamos daquilo a que chamo de uma “distância de segurança” em relação à pessoa que amamos. Aquilo que quero dizer é que uma das queixas mais frequentes associadas à diminuição do desejo sexual está relacionada com o “excesso” de segurança emocional. Na prática, qualquer relação amorosa depende do equilíbrio entre:

Estabilidade
Segurança
Previsibilidade
Liberdade
Aventura
Mistério

Precisamos de uma dose razoável de rotina, tanto quanto precisamos de novidade. E esse é um dos maiores desafios para qualquer relação de compromisso.

Se um destes eixos falhar, sentimo-nos insatisfeitos. Se não houver previsibilidade, se não soubermos com o que é que podemos contar, sentimo-nos inseguros e isso afeta a satisfação sexual. Se não houver mistério e novidade, sentimo-nos entediados e a relação vai esmorecendo.

O que é que podemos fazer para nos sentirmos mais satisfeitos sexualmente?


Há 3 coisas que nem sempre valorizamos na medida certa e que condicionam a nossa satisfação sexual e conjugal:

#1 – GERIR AS EXPECTATIVAS

Nos dias de hoje é frequente colocarmos demasiadas expectativas nos ombros da pessoa que escolhemos para viver ao nosso lado. Queremos que seja o melhor amante, o melhor amigo, o companheiro, o psicólogo, etc. Sabemos que não há relações perfeitas MAS estamos frequentemente à espera que ele(a) preencha TODAS as nossas necessidades. E, como se isso não bastasse, sentimo-nos inundados pelas comparações que involuntariamente fazemos com tudo o que está à nossa volta. As redes sociais são autênticas montras de vidas-mais-que-perfeitas que, invariavelmente, nos levam a questionar o valor da pessoa que escolhemos.

Sermos capazes de apreciar as características – físicas e psicológicas – que fizeram com que nos apaixonássemos pela pessoa que está ao nosso lado não é tarefa fácil. Em teoria, reconhecemo-las. Na prática, pode ser preciso um esforço intencional.

#2 – DESFOCAR DA PERFORMANCE, FOCAR NA EXPERIÊNCIA

O sexo continua muito associado ao desempenho, à performance. Para os homens, a pressão é terrível. Quando nos focamos no número de orgasmos, no número de vezes que fazemos sexo e, sobretudo, quando nos comparamos com outras realidades, desviamo-nos do essencial. Quando nos centramos nos genitais, esquecemo-nos de uma realidade incontornável:

Nós fazemos amor com o corpo todo.

Quantas vezes sentimos prazer sem termos tocado na pessoa que desejamos? Quantas vezes nos sentimos vivos e excitados “apenas” na sequência de uma troca de olhares? Nós também fazemos amor com os olhos, com as mãos e com o resto do nosso corpo.


Quanto mais disponíveis estivermos para conhecer as fantasias da pessoa de quem gostamos, aquilo que a estimula, aquilo que “liga” o seu desejo, e quanto mais nos revelarmos exatamente na mesma medida, maior será a probabilidade de construirmos uma relação viva, entusiasmante.

#3 – REALIZAR NOVAS EXPERIÊNCIAS A DOIS

Não há relação que sobreviva, com entusiasmo e vivacidade, à monotonia. Uma relação excitante – também do ponto de vista sexual, está dependente da proatividade dos dois membros do casal. Uma relação é tão mais entusiasmante na medida em que as duas pessoas não estejam paradas à espera de sentir prazer debaixo dos lençóis. Quando ambos reconhecem a importância da novidade e tomam a iniciativa de fazer programas a dois para se divertirem e através dos quais possam continuar a explorar, a conhecer coisas novas a dois, maior é a probabilidade de a relação se manter viva.

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