Consultório            Facebook           Instagram            YouTube            Página Inicial


30.9.19

SINAIS DE TRAIÇÃO


Sinais de traição

Quais são os sinais de que a pessoa que está ao nosso lado está a ser infiel? A que comportamentos devemos estar atentos para evitar uma traição?


Todos os dias milhares de pessoas recorrem ao Google com a pergunta «Quais são os sinais de uma traição?», na esperança de avaliar se a sua relação está ou não em risco. De uma maneira geral, quando o fazem, sentem a “pulga atrás da orelha” e, mais do que um manual de instruções para analisar a relação, precisam de uma conversa honesta, através da qual possam olhar para a realidade como ela é e tomar decisões importantes.

Hoje escrevo sobre aquilo que a terapia familiar nos diz sobre o assunto.

Quais são os sinais de uma traição?




#1: IGNORAR OS APELOS DO(A) COMPANHEIRO(A)


Um dos sinais (claros) de que a pessoa que está ao nosso lado não está com os dois pés na relação tem a ver com a forma como reage às nossas tentativas para falar sobre sentimentos, necessidades afetivas ou sobre a própria ligação. É como se não estivesse verdadeiramente “lá” (e, na prática, não está).

Não há disponibilidade emocional porque o investimento está a ser feito noutra direção. Nalguns casos, a reação a qualquer tentativa de ter uma conversa significativa até pode ser de irritabilidade.

Numa relação saudável e feliz ninguém está permanentemente disponível, MAS aquilo que observamos é que os membros do casal conseguem ligar-se e acabam por responder com afeto a mais de oitenta por cento dos apelos do(a) companheiro. Só em menos de vinte por cento das interações é que um dos membros do casal sente que não está a receber a atenção de que precisa.

Nas relações em que já há uma terceira pessoa ou em que isso esteja prestes a acontecer há muitos apelos que são ignorados ou aos quais a pessoa responde com agressividade ou irritabilidade.



#2: COMPARAR O(A) COMPANHEIRO(A) COM OUTRAS PESSOAS


Há comentários que nos destroem por dentro, mesmo que não sejam ofensivos ou claramente violentos. Quando a pessoa que amamos nos aponta o dedo, comparando-nos com outras pessoas, desvalorizando-nos, isso é quase sempre um mal sinal. Na prática, nem sempre quer dizer que esteja a trair-nos ou com vontade de o fazer, mas significa que (já) não está feliz nem se sente capaz de valorizar a relação na medida certa.

É natural que nos sintamos insatisfeitos e é desejável que mostremos o nosso desagrado, mesmo que isso implique que tenhamos de criticar a pessoa que está ao nosso lado. Mas é desejável que o façamos da forma certa, isto é, centrando-nos nos nossos sentimentos e respeitando os sentimentos dele(a). Quando fazemos comparações negativas, deixamos de apreciar as qualidades da pessoa que amamos, deixamos de sentir orgulho na relação e deixamos de a proteger.

#3: NÃO FALAR SOBRE OS PRÓPRIOS SENTIMENTOS


Em qualquer relação coesa e feliz há necessidade e vontade de falar sobre o que cada um sente. Algumas pessoas sentem-se mais confortáveis em fazê-lo do que outras e, em todos os relacionamentos, há alturas de maior proximidade e alturas de maior afastamento. Mas, mesmo naqueles períodos em que temos mil coisas para fazer e parece que não há tempo para nada, acabamos por encontrar forma de falar sobre o que sentimos. Pelo menos, é isso que acontece quando ainda nos importamos com a nossa relação, quando ainda contamos com a pessoa que está ao nosso lado.

Pelo contrário, quando passamos a investir noutra pessoa, é expectável que percamos a vontade de falar sobre o que sentimos com o(a) nosso(a) companheiro(a). Às vezes, esta mudança até se assemelha a alguma paz: Se a pessoa de quem gostamos deixar de se queixar, podemos convencer-nos de que ele(a) está mais satisfeito(a) com a relação.

A “prova dos 9” acontece quando reparamos que ele(a) não só não se queixa, como também não “precisa” de partilhar os sentimentos mais positivos (porque passou a fazê-lo com outra pessoa).

Terapia Familiar e de Casal em Lisboa