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14.10.19

AMOR E DESEJO



Qual é a diferença entre amor e desejo?


O amor e o desejo estão relacionados, MAS também estão frequentemente em conflito: há quem reconheça que ama a pessoa que está ao seu lado, mas já não sente desejo; e há quem se sinta sistematicamente atraído(a) pelas pessoas erradas. Um exemplo disso são as mulheres que assumem que gostam de “bad boys”.

Sabemos que é AMOR quando nos importamos (mesmo) com os sentimentos da outra pessoa, quando nos preocupamos com ele(a), procuramos protege-lo(a) de qualquer ameaça, e sentimo-nos responsáveis por fazê-lo(a) feliz.

O DESEJO é liberdade e autonomia. É a excitação da incerteza, do desconhecido. Muitas pessoas sentem-se mais livres para explorar o seu desejo quando não há envolvimento emocional.

Para algumas pessoas, os cuidados e as responsabilidades do dia-a-dia são precisamente aquilo que sufoca o desejo.

Às vezes, os comportamentos que alimentam o amor não são exatamente os mesmos que alimentam o desejo e o que nos excita sexualmente nem sempre é aquilo que contribui para a nossa segurança emocional.


A esmagadora maioria dos relacionamentos duradouros envolvem cuidado, preocupação e responsabilidade e isso é ainda mais evidente para as mulheres. Algumas chegam a ter muita dificuldade em parar para usufruir de qualquer coisa que lhes dê prazer – até pode ser algo tão simples como sentar-se para beber um chá ou um café. É como se estivessem absolutamente focadas em ir ao encontro das necessidades das pessoas de quem gostam (família) e acabassem por ignorar as suas próprias necessidades. E a primeira necessidade a evaporar-se é o erotismo.

Escolhemos frequentemente o amor em vez do desejo porque sentimos que esse é o nosso dever. Trocamos a aventura pela previsibilidade. Trocamos o erotismo pela segurança.

A longo prazo, mais cedo ou mais tarde percebemos que o compromisso só faz sentido se conseguirmos conciliar o amor e o desejo. Porque é o amor que nos dá estabilidade e segurança e é o desejo que nos faz sentir vivos.

No início de uma relação, sabe-nos bem a incerteza. Numa relação de compromisso, é importante que permitamos que o inesperado volte a fazer parte da relação. É importante quebrar a rotina – falar sobre assuntos diferentes, que nos atirem para fora da zona de conforto, fazer atividades diferentes e resistir à preguiça e reagir com abertura e curiosidade aos desafios que a pessoa que está ao nosso lado traz. Qualquer relação precisa de agitação, precisa de vitalidade.
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