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10.12.19

QUANDO O COMPANHEIRO NÃO RESPONDE ÀS MENSAGENS



Com a chegada do Facebook e do Whatsapp às nossas vidas, passámos a constatar que há alturas em que a pessoa a quem enviamos uma mensagem escolhe ler e não responder – pelo menos, de imediato.

Como é a sua relação com o telemóvel? Como é que se sente quando a pessoa de quem gosta demora algum tempo a responder às mensagens? Sente-se suficientemente seguro(a) para conseguir ficar à espera de uma reposta? Ou entra numa espiral de ansiedade?




Já escrevi sobre os diferentes tipos de vinculação amorosa (ou formas de amar) AQUI. Nessa altura, procurei explicar que alguns de nós têm um padrão de vinculação seguro, enquanto outros têm um padrão ansioso ou um padrão evitante.

Como é que uma pessoa SEGURA reage ao facto de o(a) companheiro(a) não responder às mensagens de telemóvel?


Depende. Se a outra pessoa demorar algum tempo a responder às mensagens, é provável que a pessoa com um padrão de vinculação seguro pense algo como «Ele(a) deve estar ocupado(a). Quando puder, responde».

E quando a mensagem é enviada por Whatsapp e o sinal de “visto” fica azul?

Mesmo que haja indicação de que a outra pessoa leu a mensagem, é pouco provável que uma pessoa segura se sinta ansiosa ou comece a remoer a propósito do atraso na resposta. «Talvez tenha o chefe ali ao lado» ou «Provavelmente está cheio(a) de coisas para fazer» são pensamentos comuns, suficientes para que a pessoa espere pacientemente pela resposta.

E se o(a) companheiro(a) se esquecer de responder?

Neste caso, o mais provável é que a pessoa com um padrão de vinculação seguro seja capaz de perguntar, com genuína curiosidade «O que é que aconteceu? Reparei que viste a minha mensagem, mas não chegaste a responder». E se o assunto for realmente importante, será capaz de mostrar o seu desagrado: «Quando lês as minhas mensagens e optas por não responder sinto-me triste e ignorado(a). Preciso que me mostres a tua atenção».

Como é que uma pessoa ANSIOSA reage ao facto de o(a) companheiro(a) não responder às mensagens de telemóvel?



De uma maneira geral, para uma pessoa com um padrão de vinculação ansioso, este é um ponto de partida para uma espiral de ansiedade e pensamentos negativos.



Quando a ansiedade toma conta da própria pessoa, podem surgir vários comportamentos de protesto.

Exemplos de protestos de separação:

  •    Telefonar inúmeras vezes ou enviar várias mensagens;
  •    Ir ao local de trabalho do(a) companheiro(a);
  •    Amuar – responder de forma seca e monossilábica na esperança de que o(a) companheiro(a) repare no seu descontentamento, conversar com outras pessoas e ignorar propositadamente o(a) companheiro(a) para o(a) castigar;
  •   Vingar-se – prestar atenção ao tempo que a outra pessoa demorou a responder às mensagens e fazer o mesmo da vez seguinte (sem perguntar sobre os motivos que levaram à demora).
  •     Desprezar – Revirar os olhos quando a outra pessoa está a falar, olhar para outro lado ou até sair do mesmo espaço deixando-o(a) a falar sozinho(a) (até que a outra pessoa se lembre de pedir desculpa pelo que aconteceu).
  •   Ameaçar – A pessoa pode dizer coisas como «Se calhar é melhor terminarmos», «Acho que não queremos a mesma coisa para a relação» ou «Nós não somos compatíveis», na esperança de que a outra pessoa interrompa e o(a) impeça de terminar a  relação.
  •   Manipular – fingir que está ocupado(a), deixar de atender o telefone, provocar ciúmes - por exemplo saindo com um(a) Ex.


Como é que uma pessoa EVITANTE reage ao facto de o(a) companheiro(a) não responder às mensagens de telemóvel?


Muitas vezes estas são “boas notícias” para alguém com um padrão de vinculação ansioso, já que para estas pessoas a última coisa que deve acontecer é haver qualquer tipo de “obrigações”. Como não gostam de se sentir “presos”, não gostam que lhes cobrem respostas rápidas ou manifestações claras de que a relação é uma prioridade. Quando o(a) companheiro(a) mostra que se sente à vontade para ler as mensagens e não responder imediatamente, a pessoa com um padrão de vinculação evitante tende a sentir que pode fazer o mesmo.

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